quinta-feira, 18 de abril de 2013

5/04/2013 - 12h47m

Estudantes apresentam dança afro no Centro de Maceió

Projeto faz parte do programa Escola Aberta, que promove a abertura do espaço escolar para oficinas culturais e esportivas nos fins de semana
Estudantes apresentam dança afro no Centro de Maceió
Dança foi resultado de oficina realizada na escola

Texto: Bárbara Pacheco
Foto: José Demétrio

O grupo de dança Afro da Escola Estadual Benedita de Castro se apresentou, na manhã desta segunda (15), no calçadão do comércio, e chamou a atenção das pessoas que transitavam no Centro da cidade. A coreografia foi trabalhada em oficinas especializadas realizadas na unidade de ensino por meio do programa federal Escola Aberta, implantado em Maceió desde 2007.
De acordo com o professor de dança afro, Wanderley Mariano, o projeto desenvolve atividades que ajudam a diminuir os índices de criminalidade e violência e trabalham a importância de valores através do conhecimento mútuo, troca de experiências em um espaço aberto a toda a comunidade e da inclusão social.
“Existe todo um acompanhamento da vida do aluno, tanto a vida escolar quanto a vida pessoal. Conhecemos os familiares, observamos o desempenho em sala de aula e o comportamento do jovem, é um trabalho desenvolvido de forma completa, onde o principal objetivo consiste na melhoria da educação e na formação de cidadãos conscientes”, destacou Wanderley.
Anderson Santos, ex - aluno da Benedita de Castro e estudante do curso de Educação Física da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), disse que o fato de a oficina ser aberta à comunidade permite a continuação dele nas aulas de dança, mesmo não sendo mais aluno da escola.
“A dança me ajudou muito, tanto fisicamente quanto psicologicamente. É uma atividade que me identifiquei logo, onde eu posso relaxar, esquecer os problemas e sinto o prazer em me dedicar. Antes de participar da oficina eu ficava em casa, não tinha muito com o que me ocupar nos fins de semana e isso me faz pensar que eu poderia ter seguido um caminho ruim, como muitos que moram onde eu moro”, explicou.
Escola Aberta – O programa acontece a partir do desenvolvimento de oficinas como a de dança Afro, que trabalham a diversidade e resgatam valores como respeito, educação, preservação do patrimônio público, tolerância, entre outros. As atividades são realizadas aos sábados em 13 unidades de ensino da capital – escolas que aderiram ao programa Mais Educação, também do governo federal, cuja proposta inclui a educação em tempo integral – e conta com voluntários e a participação de toda a comunidade escolar.
Segundo a pedagoga e coordenadora do programa em Alagoas, Graça Souto, a ação propõe alternativas educativas por meio do estímulo à cultura e ao esporte, que atinge não só o ambiente interno, mas toda a comunidade em que a unidade de ensino está inserida, geralmente territórios de vulnerabilidade social.
“As oficinas são diversificadas, temos voluntários que pertencem à comunidade onde se situa a escola e se envolvem nos projetos. Oficinas de dança, música, bordados, desenho e vários outros conhecimentos são repassados. Alguns deles possibilitam noções de trabalho e geração de renda, com vendas de produtos confeccionados em bazares, organizados pelos próprios alunos ao final de determinadas formações ”, pontuou Graça.

8/04/2013 - 17h38m

Alunos do Estado viajam para Feira de Ciências da USP

Eles tiveram trabalhos selecionados e vão representar Alagoas em um dos maiores eventos científicos do País
Alunos do Estado viajam para Feira de Ciências da USP
Estudantes e professoras antes do embarque
Texto: Ricardo Rodrigues e Tayana Moura
Fotos: José Demétrio


Com projetos e pesquisas nas bagagens, oito alunos das escolas estaduais Moreira e Silva e Benedita de Castro Lima, localizadas em Maceió, viajaram quarta-feira (17/04) à capital paulista, onde vão representar Alagoas na Feira de Ciências da Universidade de São Paulo (USP). O evento, promovido pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, acontece de 18 a 19 de abril e tem como tema este ano “O tempo na vida”.
Cinco dos oito alunos selecionados são do Moreira e Silva. Eles foram selecionados após apresentarem propostas de investigação na área de cronobiologia - ciência que estuda os fenômenos biológicos que ocorrem dentro de um determinado período, de forma contínua.
Já os três alunos da Escola Benedita de Castro Lima, que fica no Clima Bom, realizaram pesquisas sobre o comportamento dos colegas no campo e na cidade. Eles foram selecionados dentro do Programa de Apoio às Escolas Públicas do Estado (PAESPE) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e foram orientados pela professora de Química do PAESPE, Giana Raquel Rosa. Os alunos do Moreira e Silva foram orientados pela professora de Biologia Cleonice Carvalho.
Tema inovador - De acordo com a professora Cleonice Carvalho, que viajou com os alunos, os jovens se interessaram pelos estudos da cronobiologia a partir de uma palestra proferida por uma professora da Ufal, integrante de um projeto de extensão ligado à Feira de Ciências da USP. Em seguida, as pesquisas desenvolvidas por eles foram inscritas e aprovadas pela organização do evento.
“Como cronobiologia é uma ciência pouco abordada nas escolas, isso terminou tornando a iniciativa deles ainda mais interessante, despertando o interesse da comissão organizadora”, destacou Cleonice.
“Os próprios alunos elaboraram seus temas e conseguiram desenvolvê-los a partir de observações do cotidiano deles. Após a feira, eles deverão dar continuidade às pesquisas, orientados por mim”, acrescentou.
Linhas de pesquisas - A aluna Ana Carolina de Mello Silva, 15 anos, foi selecionada para abordar o tema “Na convivência familiar, como a diferente rotina da vida marca os ritmos biológicos de cada pessoa?”.
Lucas dos Santos Moraes, 15 anos e dono de cerca de oito cágados, vai investigar como “Pombos e Cágados nas cidades seguem as pistas do tempo e do ambiente ou o ritmo dos humanos para manter o ritmo biológico”.
Fã de peixes e aquários, Lucas Vinícius de Moraes Cordeiro, 15 anos, investigou “Quais fatores interferem no ritmo biológico de descanso dos peixes Betta spiedens”.
A colega Daniela Augusta dos Santos, 15 anos, inspirou-se numa experiência vivida em casa, a partir das observações feitas com o pai e o irmão, que trabalham à noite. Ela desenvolveu pesquisa sobre “Expressão do Ritmo Biológico em Trabalhadores Noturnos”.
Já Franklin Luiz Soares, 15 anos, desenvolveu pesquisa sobre “O Tempo na Vida Humana: Observações das Atividades que Contribuem para uma Longevidade Saudável”.
No aeroporto, antes do embarque, os jovens estudantes contaram que receberam a notícia com muito entusiasmo e que esperam para conseguir destaque na importante Feira de Ciências da USP.
“Ficamos felizes e surpresos ao mesmo tempo. Nossa intenção é representar bem a nossa escola e o nosso Estado, mostrando que Alagoas é capaz de realizar excelentes trabalhos científicos”, destacou Franklin.
Revelando talentos – Os alunos da Escola Benedita de Castro foram classificados com os projetos “Os ritmos Biológicos em adolescentes da área urbana e rural de Alagoas”, de Mac Wendell Barbosa da Silva; A ansiedade afeta o nosso ritmo biológico?”, de Ivine Honorato; e “A depressão pode alterar o ritmo biológico das pessoas?”, de Renata Cândido.
Para o diretor da Escola Benedita de Castro, Naildo Melo, a participação dos alunos numa feira de ciências com a da USP é uma oportunidade única e uma experiência para a vida toda. “A presença deles nesse evento também representa uma vitória do ensino público, que apesar das dificuldade também revela talentos”, concluiu.
Bolsas de Iniciação - A seleção dos projetos de pesquisa envolveu escolas de 14 unidades da federação, sendo que 80 foram escolhidos e contemplados com bolsas de iniciação Junior cedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os alunos das escolas alagoanas serão contemplados com estas bolsas.
Dentre os resultados esperados pela organização estão a elaboração de projetos de boa qualidade que mantenham alunos e professores envolvidos em atividades de pesquisa na área da cronobiologia, a sensibilização das autoridades escolares para a necessidade de inserção de temas crono biológicos nos currículos, além do incentivo e promoção à formação de jovens vocacionados para a área de pesquisa.